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Filha do divórcio.

Meninas, é com muita alegria e emoção que “inauguro” essa seção do blog através do olhar de outras pessoas; mais Inspirações para vocês. Aqui vocês lerão relatos de outras pessoas que viveram o divórcio de alguma forma. Hoje a sobrinha de uma grande amiga vem contar um pouco da experiência dela como filha de pais separados. Eu a conheço desde bebê e  acompanhei o processo na época em que tudo aconteceu. Hoje ela tem treze anos e se tornou uma menina linda, super madura e articulada. Muito orgulho e admiração por ela e pela mãe dela, uma mulher muito forte que foi e é uma mãe extraordinária. Achei o texto dela bem forte e crítico em relação a nós, pais. Muitos ex-casais não conseguem conduzir a situação preservando os filhos e aqui ela reafirma o quanto isso é ruim.  O mais importante após um divórcio com filhos são os filhos, portanto achei interessante e muito significativo começarmos com um texto escrito através dessa perspectiva. Que este texto nos ajude a pensar e buscar sempre as melhores atitudes que contemplem o bem estar de todos nós, incluindo nossos filhos. Espero que vocês gostem.

“A separação é algo complicado tanto para o casal quanto para os filhos, somente quem passa por isso tem noção.

Eu me chamo Helena, sou filha de pais divorciados e atualmente tenho 13 anos. A separação dos meus pais ocorreu quando eu tinha meus 2 anos e digo, uma das poucas lembranças  que tenho de minha infância é a de meus pais brigando. Na época não tinha a mínima noção do que significava aquela gritaria toda na porta de casa e, nem sabia porque meu pai sempre saia por aquela porta após alguns minutos de briga. Quando cresci essas memorias me vieram na cabeça, elas são frustrantes, então a primeira coisa que digo para vocês pais é: Não discutam quando o filho de vocês puder ver ou ouvir.

Antes da separação  ser oficial, com  meu pai não mais morando comigo e com minha mãe, eu o via bastante, até fomos para a Disney todos juntos, porém sem meus pais se falarem. Com a oficialização do divorcio e depois da sentença do juiz, as regras para visitas  ficaram estabelecidas.

Eu via meu pai fim de semana sim, fim de semana não e foi muito difícil de compreender tudo aquilo, até sentia falta da minha mãe nos fins de semana com ele. Quando pequena ter duas casas era complicado de digerir ao ver que minhas amigas só tinham uma. Era estranho ir às festinhas só com minha mãe, enquanto outras crianças tinham os dois pais juntos a elas.  Mais tarde, ocorreu que mais pais estavam se separando e mais colegas meus se tornaram também, filhos do divórcio.

Até os meus 6 anos, meu pai foi muito presente na minha vida, ele até está de parabéns, pois como pai se ‘virou’ muito bem ao me ajudar a me arrumar, fazer passeios muito divertidos comigo, jogar vídeo game  e até me levar para comprar roupas.

Quanto minha mãe, ela sempre foi (e é) tudo para mim, sempre me protegeu, me deu tudo que precisei, lutou para nunca me deixar faltar nada. Nós filhos, reconhecemos o esforço de nossas mães e somos muito gratos. Minha mãe é extraordinária.

Na escola tinham mais crianças de pais divorciados. Minha escola sempre teve atenção para com as crianças que passavam pelo mesmo momento que eu. Até conversaram comigo várias vezes sobre meus pais, quando eu estava no fundamental.

Mesmos separados meus pais brigavam muito e como eu disse no começo; meus pais sempre me colocavam no meio das brigas. Novamente, pais, não coloquem seus filhos no meio de brigas!  Vejo que por um lado eu amadureci mais rápido que outras crianças da minha idade,  tudo por encarar tais problemas da separação ainda muito nova.

Tudo se tornara normal para mim após alguns anos, até mesmo as brigas. Mas com meus 9 anos surgiu um empasse. Esse tal empasse ganha o nome de “madrasta”.

Toda criança associa a palavra “madrasta” a madrasta malvada da Cinderela, isso é fato, mesmo existindo madrastas boas (ainda não sei dizer se isso é verídico). Sendo boas ou más, as madrastas querendo ou não, roubam a atenção de nosso pai, e somente nós filhos percebemos. Em alguns casos,  nos sentimos tão de lado que nem queremos mais ver nosso pai. O  que eu diria para o filho que enfrenta problemas com sua madrasta ou seu padrasto é: Fale com seus pais, você quieto não irá resolver nada. E para os pais: quando seu filho está com você, reserve a atenção somente para ele, nos dias que não estiver saia com seu (sua) novo(a) parceiro(a).

Os filhos de pais separados possuem dificuldade em se abrirem com seus pais, mas conversar é o melhor a fazer, por isso, filhos, se abram com seus pais, digam o que está os incomodando e como podem melhorar para fazer vocês mais felizes.

E pais, conversem com seus filhos, mas não sobre as brigas que acontecem entre vocês, nós não queremos estar no meio delas! Isso é o melhor para nossa saúde mental.

Quanto à divisão de despesas, não preocupem seus filhos com isso, mais uma vez: não coloquem os filhos no meio. Agora, com 13 anos, já tenho condição de argumentar sobre quanto tempo quero ficar com cada um deles. Mas com meus 11 anos, chorava para não ir passar um fim com meu pai, devido a minha madrasta da época.

 A separação dos meus pais me amadureceu muito, me ensinou a lidar com problemas ainda cedo na vida. Hoje em dia lido muito bem com isso, aprendi a me abrir com meus pais e tudo se tornou muito melhor.

Essa foi parte da minha experiência com pais divorciados e o que eu aprendi com isso tudo até hoje.”

Helena H C G

 01/08/18

This Post Has 10 Comments

  1. 11 anos se passaram, acredito que o pior do furacão já passou e hoje minha loirinha e eu vivemos momentos mais tranquilos.
    O segredo é seguir com fé, força e perto da sua família.

  2. Um Relato sensível que mostra de maneira simples o quanto é importante preservar os filhos diante do processo de divórcio. Muito orgulho de quem vc de tornou, Lele…. Mesmo com toda a dificuldade que vc passou! Parabéns lindinha!!!

  3. Parabens Helena pelo seu relato, simples e ao mesmo tempo rico de detalhes, sensivel e verdadeiro. Voce é realmente uma garota com um futuro brilhante.Parabens linda!

  4. Querida Helena, fiquei muito emocionada com seu depoimento, com sua percepção de tudo que viveu e como foi capaz de transformar a dor em amor. Você cresceu e se tornou quem é por ter toda esta historia dentro de ti e por saber o que fazer com ela. Lindo de ver de ler e aprender com você. Um beijo e parabéns para você e para minha querida Lili, vocês são duas guerreiras

  5. Me emocionei e identifiquei situações parecidas. Lindo texto e depoimento. Tenho certeza que ajudará muitos (ex)casais a se posicionarem diante de seus filhos.Obrigada Helena.

  6. Que engrandecedor abrir um espaço para um texto tão real e feliz da Helena.
    Que mocinha especial!!!
    Parabéns meu amor, principalmente à vc e todos a sua volta que à ajudaram anse tornar tão resiliente❤️?

  7. Parabéns Helena, pela coragem de fazer seu depoimento. Tenha certeza de que você ajudará muitas pessoas!! Me emocionei aqui, mesmo não vivendo essa situação. Seja sempre muito feliz!

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