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Maturidade para saber a hora do fim

Hoje é dia de um post super especial. Muita honra, muito orgulho, amor e admiração. Texto escrito por uma das minhas irmãs que se se separou há pouco tempo. Ela não tem filhos mas a dor do luto do projeto casamento/família existe mesmo assim. Ela me chamou semana passada e disse: “ Tá, quero escrever sobre isso. Tenho pensado em muitas coisas e quero falar para outras mulheres que estejam vivendo isso que vivi.” Texto leve que trata do divórcio de forma natural (tão difícil essa visão sensata e realista) e com mensagens muito importantes sobre padrões, julgamentos, conceitos e preconceitos que precisamos nos libertar. Especialmente nós MULHERES! Aproveitem.

“Lá em casa, nunca achamos que casamento fosse conto de fadas,  mas mesmo preparadas para um cenário mais realista, nunca ninguém nos contou que ao longo dos anos vamos nos transformando em outras pessoas. Aquele casal que entrou na igreja ou no cartório, vai passando por situações e vivências particulares, e cada um vai trilhando um caminho. Se não tomarmos cuidado, vai sim cada um pra um lado sim infelizmente.

Em dezembro de 2019 meu casamento “terminou”. Sete anos de namoro e sete de casados e muita história gostosa para lembrar. Ao longo dos anos, acho que fomos mudando e não percebemos que estávamos nos afastando. Isso não significa que ele foi um marido ruim ou eu, uma esposa ruim, as coisas se modificam e às vezes, desandam (talvez por processos evolutivos diferentes) só isso, nada além disso. E tenho certeza de que isso acontece por um motivo de razão maior, que desconhecemos. Lógico que a fase final de um casamento é repleta de situações e sentimentos que não nos agradam, mas isso não exclui tudo que vivemos juntos e o que um agregou ao outro durante a vida de casados. 

Ainda sofro pela separação, só o tempo vai melhorar esta dor, mas a família e amigos verdadeiros são fundamentais nesse momento.Infelizmente, também é nessa hora que percebemos que várias pessoas despejam suas frustrações em cima da gente, quando tentam nos “amparar”. Esse “amparar” vem junto com teorias sobre se descobrir, se reinventar, ser uma super mulher,moderna e auto suficiente sempre com ajuda de algo milagroso nas redes sociais (terapeutas ?); tem ainda aquelas que nos trazem opiniões sobre  nossos casamentos como se fossem donas da verdade e muitas vezes não tem nem bagagem de vida para isso. Se tudo fosse tão simples, ninguém precisaria de terapia ou erraria, não é?

Além disso, tem a “pena” de outras pessoas que dizem ou pensam: nossa, nesta idade, sem filhos, coitada, está sozinha. Fico indignada com este tipo de coisa, encarar a verdade é libertador, não continuar em “piloto automático” e deixar de ter filho por perceber que o casamento não vai bem não pode ser motivo de pena. Estamos em 2020, hora de parar e pensar para inspirar mais mulheres que muitas vezes não encaram os próprios medos e inseguranças e continuam em relações que não estão saudáveis. Se a maternidade estiver no meu caminho, de acordo com os planos de Deus, tenho certeza de que serei mãe, ninguém além de mim precisa se preocupar com esta questão. Eu não preciso da pena de ninguém inclusive. Precisamos mudar a nossa mentalidade, nos livrar dos padrões e ir atrás do que faz a gente viver com paz de espírito, independente das crenças impostas pela sociedade que vivemos, sociedade esta que finge estar sempre num comercial de margarina, como diz minha irmã Tarsila.

Espero que mais pessoas consigam enxergar tudo que enxerguei nessa etapa da minha vida e sigam um novo caminho, se não houver outro jeito, com amparo emocional verdadeiro de amigos e família. Que as pessoas tenham mais sensibilidade, meçam suas palavras e procurem o autoconhecimento para cuidar de traumas e questões mal resolvidas. Não é certo despejá-las em quem já está tentando se curar e melhorar. E por fim, lidem e encarem o caos interno que existe dentro de vcs. O caminho é complexo, doloroso mas a gente sobrevive, evolui e se torna pessoas melhores”.

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