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Como cantou Erasmo, sexo frágil mas que mentira!

Me perdoem o clichê, mas começarei o texto dizendo que mulheres são uma fortaleza e defini-las como sexo frágil é uma mentira absurda como Erasmo Carlos já cantou. Mesmo assim, sei que “muitos” e até “muitas” de nós acham o dia 8 de março uma data irrelevante já que o dia da mulher é todo dia ou aquela outra réplica clássica: “Não podemos ter uma data para tal comemoração, pois aí sim estamos nos diminuindo e nos colocando em lugar de minoria…. Já escutei de tudo nessa data e confesso que até há alguns anos não tinha conteúdo e maturidade para analisar a questão e muitas vezes concordava e outras não.

A discordância se tornou definitiva há poucos anos. Não, não me tornei aquela feminista radical que acha que o homem não precisa ser gentil e cavalheiro ou aquela que levanta bandeira todo o tempo acerca de seus direitos em relação ao corpo, depilação e etc. Minha aceitação em celebrar esse dia se deu em grau mais profundo eu diria. Foi crescendo e vivendo dores e dificuldades como mulher que me fizeram olhar para histórias de outras mulheres com um olhar mais apurado e empático. Foram em anos recentes que descobri minha força ao lidar com meu divórcio e um bebê, anos nos quais não tive opção a não ser forte para gerenciar casa, filho, trabalho além de meus medos e uma agenda lotada. Tempos esses que conheci outras mulheres, mães e separadas como eu que se viram equilibrando 79 pratinhos diários para dar conta de tudo. Anos em que me resgatei através da leitura e acabei conhecendo escritoras incríveis como  Rupi Kaur, Chimamanda Ngozi Adichie, Hilda Hislt e suas histórias de superação e resiliência. Os mesmos anos me chocaram e ainda me chocam quase que diariamente com suas persistentes manchetes de jornais a respeito dos feminicídios, estupros e casos de violência doméstica. Tempos esses marcados também por notícias como o vírus da zika e seu impacto na sociedade; dezenas de gestantes contaminadas e abandonadas por seus companheiros com seus bebês nos colos nascidos com hidrocefalia ou uma outra tão triste realidade contada por Drauzio Varella em Prisioneiras, livro que narra a rotina das penitenciárias onde o abandono mais uma vez acontece; centenas de presas que também são deixadas por seus maridos ou namorados após se tornarem detentas.

Por todas essas milhares de histórias vividas por mulheres e pela mulher que me tornei, hoje acho essa data extremamente relevante mas infelizmente, ao contrário da comemoração, a data nos pede reflexão. Neste próximo dia da mulher, separe alguns minutos nesse dia e mande uma mensagem carinhosa para alguma mulher que te inspira pela força e pela maestria em gerenciar tantas coisas como nós fazemos todos os dias. Pense em você também e seu lado feminino. Como ele anda? Quais elementos dele você precisa resgatar? Faça uma lista com alguns deles e trace um período e suas ações para tal. Tente fazer da empatia algo real especialmente em relação a outras mulheres. Menos julgamento e mais acolhimento podia ser o mantra do dia e de sempre em nossas vidas. Só crescemos no coletivo e ao nos julgarmos, nós só nos perdemos de nós mesmas. Passou da hora de nós mulheres começarmos uma revolução entre nós e para todas nós.

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